Por que a Astrologia não Pode ser Considerada uma Ciência?
1. Conhecimento Cifrado.
2. Linguagem.
3. Imensurabilidade.
Um dos elementos mais importantes da ciência é que seu conhecimento se pretende universal. Tanto a ciência pretende deter o conhecimento de tudo que existe, como também pretende que todos, através da educação, possam ter acesso a esse conhecimento. A astrologia não pode ser uma ciência por causa deste segundo ponto. Ela não deseja ser conhecida por todos, o conhecimento astrológico é cifrado, ele possuí símbolos, ele depende do conhecimento apreendido do mestre, que te comunica a chave para decifrar os símbolos, signos e arquétipos, e por isso ele é um conhecimento para poucos. Hoje, com a invenção da internet e a facilidade para divulgação de informações, de fato, ficou mais fácil ter acesso ao conhecimento astrológico e as chaves para o entendimento de seus símbolos, porém mesmo assim, quando se diz que alguém tem o "Sol em Peixes na Casa V", Sol, Peixes e Casa V não querem dizer apenas o que estas palavras dizem, existe um universo simbólico que precisa ser decifrado para que se alcance a informação. O discurso científico ojeriza este tipo de tratamento dado a informação porque prejudica a comunicação direta da informação, já astrologia mantém esta tradição herdada das escolas de mistério para evitar que seu conhecimento caia na mão de pessoas inescrupulosas.
Ao contrário da ciência que é um sistema composto por um método o qual deve ser repetido sempre para garantir a sua cientificidade, a astrologia é uma linguagem e não uma forma de fazer. Quando ensinamos astrologia a alguém, ensinasse uma gramática dos astros, seus símbolos e significantes, suas regras e convenções. A melhor metáfora sobre como ensinar sobre a posição de Júpiter em determinado lugar no céu é compará-lo com a posição que uma palavra pode assumir na frase, se ela é sujeito da ação, ou predicado, adjetivo ou nome, advérbio ou verbo. Aprender astrologia é aprender uma nova língua, e com essa ferramenta ler as mensagens que os planetas e estrelas deixam para cada um de nós.
3. Imensurabilidade.
Padrões metafísicos e arbitrários — como a mensurabilidade — são constituídos em instrumentos imprescindíveis de trabalho científico. Tudo é então submetido a esses padrões como pressupostos para ser seriamente considerado que quando os padrões são inaplicáveis, o erro, evidentemente, será da coisa analisada e não do próprio método científico que não é capaz de avaliar aquela coisa. Se não pode ser medido, se escapa ao nosso controle é, simplesmente, declarado não existente. Pode-se até discutir o assunto, é claro, mas, na discussão, aqueles que ousarem impugnar os padrões aceitos, declarando-os inadequados ao assunto, são sumariamente pronunciados como doidos e incompetentes, e excluídos da votação. É este, sem dúvida, o maior argumento contra a astrologia feito pela ciência. Ela não pode ser medida, analisada, avaliada pelo método científico e, portanto, não tem valor nenhum para a ciência, mas este problema é de fato da astrologia ou é um problema do método científico?
4. A Astrologia Nunca Quis Ser Ciência.
Os registros arqueológicos que falam sobre a arqueologia datam de mais ou menos 8 mil anos, referências literárias no entanto a datam com pelo menos 15 mil anos. A ciência nasceu com o Discurso Sobre o Método, de Renée Descartes, em 1637, ela tem cerca de 380 anos. A astrologia viveu a maior parte de sua existência sem precisar disputar com a ciência nenhuma certidão de verdade. Na realidade, esta disputa é oriunda da própria ciência que tem como projeto político minar todas os outros tipos de discursos (o mágico, o religioso, o onírico, o popular, o artístico, o subjetivo, etc.) para assim garantir a si mesma como a única detentora de verdade e, com isso, de poder.
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